sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Caminhos Portenhos - A meia maratona de Buenos Aires

     Já há alguns dias que tenho tentando organizar as idéias pra escrever esse post. Estava tentando repassar mentalmente tudo de bom e de péssimo que fizemos e passamos pela Argentina. Até que me dei conta, apesar da experiência até merecer um post específico, não teria muito a ver com o blog. Daí, procurei me concentrar apenas nos fatos refetentes à Corrida, o que já imagino que vá ficar gigante.
Frio?
     Nos dias que antecederam nossa ida à Buenos Aires, foi anunciado que a Media Maraton de Buenos Aires agora se chamaria Carrera Claro, por causa de seu novo patrocinador.
     Com o nome, vieram os anúncios de várias inovações tecnológicas. Transmissão das parciais por twitter, facebook, disputa “virtual” entre corredores e envio de mensagens personalizadas durante a corrida foram as promessas.
     Fizemos propaganda disso. O Jean, até fez uma conta no facebook pra acompanhar nosso desempenho.
     Bem legal. Pena que no dia, não funcionou. O Jean e ninguém mais recebeu as prometidas mensagens (acordou cedo no domingo à toa). Ninguém se pronunciou a respeito e nem os outdoors espalhados pela cidade que faziam propaganda dessas inovações, entenderam.
     Chegamos em Buenos Aires na sexta (09) e optamos por descansar e buscar o kit apenas no dia seguinte. No café da manhã do sábado, encontrei dois casais de brasileiros que também haviam ido para a meia. Foram buscar o kit na sexta e me pregaram o caos. Filas, multidão e desorganização.
     A contra-propaganda foi tanta que até nos assustamos quando chegamos no sábado. Sem filas e entrega rápida dos kits. Vai ver, todo mundo foi na sexta. Só não gostei porque trocaram meu número.
Remeras de 21k e 10k
     Como lá é um poquinho menos quente que Cuiabá, a malha da camiseta do kit é um pouco mais grossa. Não me imagino treinando sob sol cuiabano com ela. Embora Adidas, a cor é feinha. Causou-nos também inveja do pessoal dos 10k. A camiseta era preta e linda, mas ainda mais incompatível com nosso clima.

     No dia da corrida, problemas.
     O Argentino não tem o hábito de acordar cedo. Na hora que levantamos, não teria café da manhã e tivemos que improvisar. Taxi, pelo menos, não foi problema. Afinal, tinham muitos pelas ruas recolhendo os penúltimos baladeiros. (os últimos cruzamos já durante a corrida).
     E, frio, muito frio. Pelo menos, para nós corredores cuiabanos. Anunciados 7 graus, mas a sensação térmica era menor. O aquecimento durou bastante e não parecia suficiente. As mãos pareciam congeladas. Nossa fininha camiseta do SEFAZ Runners não era a mais adequada para a ocasião. Clima ruim para acordar e aquecer, mas muito bom para correr.
Desafio: Tem gente na SEFAZ nessa foto. Onde?
     Uma verdadeira multidão tomou as ruas da cidade. 13 mil inscritos. Muitos, mas muitos brasileiros. Não sei e não foram divulgados quantos, mas eram muitos. Além de nós, ouvi falar de que haveriam pelo menos mais uns 7 ou 8 daqui de Cuiabá, mas não vi ninguém.
     Esse mar de gente torna a corrida mais bonita, mais emocionante, mas mais difícil de se correr. Especialmente se não separam a largada por tempo pretendido.
     No Brasil, corridas grandes já tem um esboço disso. Não é dificil fazer. No ato da inscrição, você informa o tempo pretendido pra acabar a prova. Recebe uma pulseira colorida. No dia da corrida, barbantes separam e organizam pela velocidade dos corredores. Claro, sempre terá um mentiroso ou um furão no meio, mas a grande maioria dos corredores não quer ser atropleado e acaba indo para o curral correto. Enfim, Buenos Aires não teve isso e a largada foi um pouco tumultuada.
     Calcularam mal também a quantidade de corredores que passariam por algumas avenidas. A 9 de Julho, por exemplo, gigantesca e principal avenida da cidade teve interditada apenas uma pista no percurso de ida. Ficou apertado e correr em zigue zague ficou inevitável. Foi meu pior km.
     O trajeto é bonito. As bandinhas pelo percurso, muito boas. O Raphael até exagerou no km 10 por causa de uma música dos Beatles.
     As bandinhas ajudam a juntar platéia para a corrida também. Nos pontos das bandas, tinha bastante gente assistindo. Acho isso uma idéia muito legal e relativamente simples de se implementar. Os palcos não eram tão sofisticados. Uma das atrações consistia em um canastrão e seu teclado com as músicas românticas portenhas.
     O sedento Henrique achou insuficiente os pontos de hidratação. Tinha água a cada 5km e gatorade em 3 pontos. Eu até dispensei água em um ou dois pontos. A água era na garrafinha (com tampa), mas, o isotônico foi distribuído em copo aberto. Alguém me explica como bebe em copo aberto correndo, porque eu não consegui. No segundo ponto, já jogava o copo todo no rosto e tentava beber o que dava. O William disse que não teve dificuldades quanto à isso. Parou, sentou no chão e chamou alguém da torcida para treinar o seu fluente espanhol enquanto degustava a bebida como se fosse um Malbec Mendoncino.
     Pontos de checagem de chip para as parciais de tempo a cada 5km (embora as parciais do km 15 tenham sido feitas “manualmente”). Pena que a transmissão em tempo real não funcionou.
     O que não gostamos foi a divulgação dos resultados. A classificação foi feita pelo tempo bruto, que eles chamam de tempo oficial, e não pelo líquido. Ok. Afinal, acho que o nosso tempo líquido também foi maior que o do Marílson. Alias, para quem cruzou com o Marílson (no sentido contrário, da volta do percurso) disse que achou que era alguém treinando tiros.
     A medalha ficou bonita, embora bem simples e pequena. Decepcionou quem esperava quase um escudo pra carregar no peito ou mostrar para o sr Reinhard.
Taís e Rosely: Só festa
     Cada um do grupo chegou com objetivos diferentes.
     Taís queria correr. Nem sabia o que eram 21 km.
     Rosely treinou sério. Não perdeu nenhum dos longões nas madrugadas de sábado.
     Na prova, correram juntas. Fazendo festa com a bandeira do Brasil. Parando para tirar foto, sambar com as bandinhas espalhadas pelo percurso, dar autógrafos, escorregar nas cascas de banana e, ainda assim, fazer o percurso em apenas um pouquinho mais de 2 horas.
     Henrique e William queriam estrear bem na distância. Treinaram forte (talvez forte demais) e depois relaxaram. Com viagens, dores e outras desculpinhas, ficaram mais de um mês sem treinar direito. Mesmo assim, embalados pela multidão e pelas namoradas esperando na chegada, foram bem. Muito bem.
     Eu e o Rapha éramos os veteranos do grupo. Com o "fabuloso" currículo de uma meia nos joelhos cada um. Em um percurso frio e plano e bem treinados, tínhamos a obrigação da melhorarmos nossos tempos. Ao final, conseguimos.
     Todos ficaram com a sensação de que poderiam ter terminado com alguns minutos a menos. Faltou um treino aqui, um joelho acolá, musculação, muito gente na corrida, enfim. Só desculpa para correr uma próxima.

     Assim, a equipe terminou com os seguintes tempos:
          * Henrique - 1:38:55
          * Raphael - 1:33:58
          * Ricardo - 1:43:51
          * Rosely - 2:00:52
          * Taís - 2:00:54
          * William - 1:46:25

     No ano passado, tive ali o sabor da primeira meia. Mas não se comparou com a alegria de ter conquistado uma meia ao lado de tão bons amigos. (Isso é assunto para um próximo  post)
     Enfim, gostamos da brincadeira. Ano que vem, novos desafios. Talvez uma maratona, talvez em outra cidade. A única certeza é a de que o grupo vai estar maior. Assim esperamos.
Qual é a próxima?

10 comentários:

MÚCIO disse...

Parabens galera SEFAZ RUNNERS, me senti bem representado. Grande aventura.

MÚCIO

Taís Santos disse...

Ricardo, vc está de parabéns, acho que conseguiu retransmitir a emoção que foi! Certamente esta meia maratona ficará pra sempre em nossa memória e em nosso coração, no meu ...ficará! Saudade já!Emoção fuerte demais, rs!
Agora me explica pq meu tempo e da Rosely foi diferente...isto é mesmo coisa de Argentino né? Saímos, corremos e chegamos juntas, rs!
Valeu galera! Agora temos que rever as fotos pra recordar.
bjo

william disse...

Muiiiiii Bom.....Muiiiii Sucesso Todos....Abracoooo...Vamos que vamos!!!

Marcia Rosato disse...

Galera, parabéns...parabéns Ricardo pelo post, muito bem escrito e humorado.

Ricardo disse...

Obrigado, pessoal.
Taís, tem que sincronizar os pezinhos dos chips também, senão dá diferença mesmo.

Henrique Arrais disse...

Antes de mais nada, quero dizer que estou muito feliz, pois acabei de comprar ingresso para ver o Vascão destruir o Corinthians.

Sobre o post e a corrida:

1 - Como sempre, Ricardo escrevendo muito bem

2 - Não fiquei com inveja da camiseta preta, gostei da minha. O Ricardo que é chegado num pretinho.

3 - Frio demais ANTES da corrida. No aquecimento as mãos já estavam ficando dormentes. Na hora da corrida a camiseta ficou ótima, e pra falar a verdade, lá pro final da prova senti calor, muito calor. Se tivesse que correr novamente, seria com a mesma camiseta.

4 - Realmente, uma baita de avenida (grande pra c...) e reservaram uma pequena parte pra corrida. Isso foi um ponto bem negativo... tb perdi algum tempo ali.

5 - Realmente achei pouca água, somente 4 pontos para 21 km. Ahhh, mas teve gatorade no percurso... mais um motivo pra dar mais água, porque depois que vc toma o gatorade, geralemente dá vontade de beber água!!!

6 - As bandas são um barato mesmo... anima bastante, principalmente a que fica no final!

7 - A medalha não gostei, esperava mais. Acho que me acostumei mal com a da Volta Ilha, que era linda!

8 - Infelizmente, no último mês e meio não pude treinar... alguns dizem ser frescura, mas eu sei o que passei com meu joelho e o medo de não terminar a prova. No final consegui cumprir meus objetivos.

9 - E por último, depois de quase ter feito um post aqui nos comentários, só queria dizer como é bom correr com os amigos, fazer parte desse grupo. Durante a corrida me emocionei quando pensei que se não fosse a corrida, nada do que se estava passando naquela viagem estaria acontecendo, tantos momentos que ficarão pra sempre guardados com enorme carinho. Nada disso seria possível sem a corrida. Não conheceria tanta gente bacana e nem faria amigos maravilhosos como esses.

Então galera, vamos animar... Abril tem Volta Ilha, quem quiser entre em contato comigo, pois já vamos começar os preparativos.

Abraço.

Taís Santos disse...

Ricardoooooooooooo...Tati quebra barraco, dança funk e não nado sincronizado para sincronizar os pésinhos, kkkkkk.
Valeu pela dica, rs.
Abraço galeraaaaaaaa!

Anônimo disse...

Só quero avisar a vc Henrique, que apesar de ter parado provisoriamente os treinos, não abro mão da minha vaga na equipe na volta ilha 2012, tô dentro!

reinhard disse...

Valeu moçada!

Anônimo disse...

Qual o prêmio para achar alguém da Sefaz lá naquela foto?kkkkkkk!