"Cuiabá é a Capital das corridas de rua"
Wilson Santos. Ex-prefeito e comediante
Cuiabá é uma cidade que maltrata seus corredores. E não estou nem falando dos 32 graus à noite ou umidade relativa abaixo dos 20%. Estou falando do asfalto em que pisamos (ou da falta dele).
Não há ciclovias ou pistas para caminhadas nas ruas e avenidas.
Pedestres, corredores, ciclistas e carros estacionados disputam o curto espaço das calçadas. Mas quem ganha essa disputa são os buracos, desníveis, muretas, pedras, placas, caçambas e outros obstáculos. E, se pra quem corre ou caminha já é complicado, imagina para quem tem dificuldade de locomoção. Acessibilidade é direito de todos? Parece que aqui, não.
Se a prefeitura não tem responsabilidade pela construção e manutenção das calçadas, teria a de, pelo menos, fiscalizar e punir proprietários. Faltam recursos para fiscalizar porque não há aplicação de multas, o que aumentaria a arrecadação do município e serviria como medida educativa para os demais proprietários. Falta consciência, falta fiscalização.
Quem desiste de correr em zigue e zague vai pela rua, sofre sério risco de ser atropelado. Como o corredor está em local que não lhe pertence, a lei da “gentileza gera gentileza” é substituída pelo “olho por olho, dente por dente”. Falta educação e conscientização para motoristas, ciclistas, motociclistas, corredores e pedestres.
Ok, temos os (poucos) parques. Locais destinados especificamente para a prática esportiva, lazer e convívio com a natureza para você e toda a família. Só que a gente trabalha, né? Então, corre pro parque logo cedinho ou depois do expediente.
Mas e a iluminação? E a segurança? Recentes casos de ataques no Okamura, na Lagoa Encantada e no Mãe Bonifácia, tem afastado os madrugadores. Os notívagos, nem se fala, porque, sem iluminação, os parques fecham com o pôr-do-sol.
Faltam parques, falta infra-estrutura e, principalmente, falta segurança.
Finalmente, temos as pistas de atletismo da UFMT e do 44o. batalhão. São áreas de instituições que não teriam por obrigação ceder espaço para a prática esportiva para a população, mas acabam fazendo justamente pela ausência de locais apropriados para esse fim. Ainda assim, são pistas que ficam sempre lotadas. De gente, de poeira e de terra. Se o treino é na pista, pegue seu tênis velho, porque lá vem sujeira.
O termo da moda é “mobilidade urbana”. Nos projetos para 2014, temos várias e várias ciclovias (contei nove) incluídas que prometem resolver também essa questão.
O grande receio é o de que na execução das obras, por economia de recursos ou de tempo, isso seja deixado de lado novamente. Isso já aconteceu na duplicação da rodovia Cuiabá-Chapada.
Então, é torcer pela boa vontade alheia e para tudo dar certo. Enquanto isso, corra, mas com cuidado.
Não há ciclovias ou pistas para caminhadas nas ruas e avenidas.
Pedestres, corredores, ciclistas e carros estacionados disputam o curto espaço das calçadas. Mas quem ganha essa disputa são os buracos, desníveis, muretas, pedras, placas, caçambas e outros obstáculos. E, se pra quem corre ou caminha já é complicado, imagina para quem tem dificuldade de locomoção. Acessibilidade é direito de todos? Parece que aqui, não.
Se a prefeitura não tem responsabilidade pela construção e manutenção das calçadas, teria a de, pelo menos, fiscalizar e punir proprietários. Faltam recursos para fiscalizar porque não há aplicação de multas, o que aumentaria a arrecadação do município e serviria como medida educativa para os demais proprietários. Falta consciência, falta fiscalização.
Quem desiste de correr em zigue e zague vai pela rua, sofre sério risco de ser atropelado. Como o corredor está em local que não lhe pertence, a lei da “gentileza gera gentileza” é substituída pelo “olho por olho, dente por dente”. Falta educação e conscientização para motoristas, ciclistas, motociclistas, corredores e pedestres.
Ok, temos os (poucos) parques. Locais destinados especificamente para a prática esportiva, lazer e convívio com a natureza para você e toda a família. Só que a gente trabalha, né? Então, corre pro parque logo cedinho ou depois do expediente.
Mas e a iluminação? E a segurança? Recentes casos de ataques no Okamura, na Lagoa Encantada e no Mãe Bonifácia, tem afastado os madrugadores. Os notívagos, nem se fala, porque, sem iluminação, os parques fecham com o pôr-do-sol.
Faltam parques, falta infra-estrutura e, principalmente, falta segurança.
Finalmente, temos as pistas de atletismo da UFMT e do 44o. batalhão. São áreas de instituições que não teriam por obrigação ceder espaço para a prática esportiva para a população, mas acabam fazendo justamente pela ausência de locais apropriados para esse fim. Ainda assim, são pistas que ficam sempre lotadas. De gente, de poeira e de terra. Se o treino é na pista, pegue seu tênis velho, porque lá vem sujeira.
O termo da moda é “mobilidade urbana”. Nos projetos para 2014, temos várias e várias ciclovias (contei nove) incluídas que prometem resolver também essa questão.
O grande receio é o de que na execução das obras, por economia de recursos ou de tempo, isso seja deixado de lado novamente. Isso já aconteceu na duplicação da rodovia Cuiabá-Chapada.
Então, é torcer pela boa vontade alheia e para tudo dar certo. Enquanto isso, corra, mas com cuidado.
7 comentários:
Ótimo texto, com a experiência de quem já sentiu na pele as consequências causadas pelas nossas belas vias urbanas.
Quando forem correr, principalmente à noite, o cuidado tem que ser triplicado, tanto com carros, desníveis e buracos em ruas e calçadas, fora o risco natural de se expor durante a noite.
Portanto, todo cuidado é pouco.
Inclusive com as placas temos que tomar cuidado, não é mesmo! Porque abraçar a placa é muita carência! rs
Está certo que não há como agradar todos, mas é incrível como nossos politicos não agradam ninguém, apenas eles mesmos.
Como dito pelo Henrique texto muito bem escrito.
A prefeitura poderia padronizar as nossas calçadas, além de ficar mais bonito facilitaria a vida de muita gente. (será que é pedir muito)
Vocês estão reclamando, não sabem fazer corrida com obstáculos!
Ótimo texto. Um protesto lúcido de quem vivência a realidade da nossa cidade.
De quem é a autoria do texto?! Pergunto pois gostaria de compartilhar o texto, porém é interessante dar crédito a quem escreveu.
O texto é do Ricardo Crudo(http://sefazrunners.blogspot.com/p/sobre-nos-autores.html), que é colaborador do blog. Pode usar o texto, tenho certeza que ele não se incomodará.
Obrigado à todos. Cada tombo aumenta um conto.
E, não me importo. Pode copiar, reproduzir, alterar (se ficar melhor, nos mande. :) ) à vontade.
um abraço.
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